Bela Adormecida - referências

Meri, Lucien e "carta" de Jean Paul (ano 6)

Meridiana estava sentada debaixo de uma árvore na orla do lago. O olhar perdido nas folhas douradas de outono que balançavam preguiçosamente nos galhos da árvore, enquanto afagava o pêlo cinzento de Lady Bast, que ronronava dengosamente no colo de sua dona. O dia estava costumeiramente frio como estiveram quase todos naquele mês de outubro, mas aquilo não parecia incomodar a ruiva, que usava apenas a capa do uniforme para se agasalhar.



Fazia alguns dias desde que os estudantes foram a Hogsmeade e não havia previsão de voltarem ao vilarejo depois do trágico acontecimento ocorrido com Katie Bell. E fazia também alguns dias que Meri vira Lucien e Selune no Três Vassouras, naquele canto escondido, fazendo algo que pareceu à ruiva um beijo. Ou não? Ela balançou a cabeça. Por que negar uma coisa que lhe era tão óbvia? Só por que teve a esperança de que o que Lucien sentia por ela era equivalente ao amor que ela sentia por ele?



Derramou todas as lágrimas silenciosas que podia quando voltou ao castelo naquela noite. Não contara a ninguém o que ocorrera, tampouco o que a afligia. Nem mesmo à Raven, apesar de saber que a melhor amiga notara seu abatimento e só se absterá de insistir em saber os motivos por conhecer Meri o suficiente para entender que a ruiva precisava de tempo para digerir o que quer que a estivesse incomodando.



Meridiana também não disse nada a Herman, ainda....Não tivera coragem de destruir as ilusões e esperanças dele. Não queria que o amigo sentisse o mesmo vazio que ela sentia agora. Volta e meia ela duvidava do que tinha visto. Estava escuro, e ela não estava próxima o suficiente para ter certeza...Mas ela tinha certeza...E doía-lhe tanto aquela certeza...



-Meri?



Ela abaixou os olhos buscando o dono da voz que a chamara, e para seu infortúnio, era Lucien. Sentiu como se a respiração tivesse-lhe morrido em meio a um nó que lhe comprimia o peito.



-Imaginei que estaria aqui - disse ele, sorrindo - Seu recanto favorito. Só não tenho um stollen* para te dar desta vez.



-Tudo bem... - respondeu ela com um sorriso pálido.



O moreno fitou a ruivinha levemente preocupado. Havia algo visivelmente errado com ela. Será que o tio de Meridiana fizera novamente algo para deixa-la naquele estado?, perguntou-se Lucien. Selune havia lhe relatado sobre Ludovic Black-Thorne no último verão, quando o comensal atacara Alexis, pai de Lucien, quando este investigava os rastros de Karkaroff na Europa continental. Alexis chegara tarde demais para impedir a morte do antigo diretor de Durmstrang, e ainda fora quase mortalmente ferido por Ludovic. Não fossem os parentes de Selune e os tratamentos alternativos a que submeteram o auror, certamente Lucien teria perdido o pai também. Uma infeliz coincidência que tenha sido Ludovic o responsável por tudo isso, justo o tio da sua ruivinha... O mesmo que desejava a todo o custo trazer a sobrinha para o seu lado. O lufano ainda não contara à Meri que sabia a verdade sobre o tio dela. Precisava esclarecer outra coisa primeiro.



-Posso me sentar, fraulëin?



Ela apenas assentiu com um discreto meneio de cabeça. O rapaz sentou-se ao lado dela, em silêncio, os joelhos fletidos, com os braços apoiados sobre eles.



Lucien questionava-se se aquele seria o momento adequado para falar com Meri. Fazia um bom par de meses que decidira declarar-se a Meridiana, dizer o que sentia por ela, independente da resposta. Quase tentara fazer isso na festa de aniversário da ruiva, mas, deixara a chance lhe escapar, por pura falta de coragem. E quando o passeio a Hogsmeade chegou, acreditou que aquela seria a oportunidade perfeita. Mas acabaram se desencontrando completamente. Talvez Meri até tivesse ido ao Três Vassouras como combinaram e chegara exatamente no momento em que ele e Selune pregavam a pequena peça em McLaggen.

O setimanista já estava incomodando a francesinha fazia um tempo, e Lucien não poderia negar um favor à sua quase-irmã. Se Meridiana chegou ao pub naquela hora, deve ter pensando que não estavam lá e voltado para o castelo.

Depois disso ele não viu Meri durante todo o resto da semana. Ela até mesmo faltara às aulas de Runas Antigas que faziam juntos. Apenas a viu, ao longe, no Salão Principal. Sua última tentativa de se encontrar com ela foi na reunião promovida por Slughorn. Selune ouvira o atual mestre de Poções fazer o convite à Meri, e, na esperança de que ela aparecesse, nem que por mera cortesia, ele e a francesinha se submeteram a comparecer ao Slug Club, mas o sacrifício foi em vão. Nem sombra da moça de cabelos carmesim. Sel prometera tentar conversar com ela, mas uma série de desencontros, impossibilitou que a jovem Mont-Blanc Priout sondasse a ruiva no que dizia respeito à Lucien... Pareceu ao rapaz que o destino estava brincando com eles. Como se os dois estivessem bailando passos de dança completamente desencontrados.



Mas agora, eles estavam ali, juntos sob a mesma árvore na qual ela adormeceu certa vez encostada no ombro dele.Ou ele falava agora ou não saberia quando teria uma nova oportunidade.



-Meri...- começou ele, levemente enrubescido, postando os dedos suavemente sobre a pequena mão da menina. Porém, antes que ele percebesse, a moça puxou sua própria mão, afastando-se do toque dele.



-Jean Paul me escreveu - disse ela, seca.



Meridiana fechou os olhos quase automaticamente. De onde tirara aquilo?, pensou a moça consigo. Por que pensara justamente no ex-namorado quando sentira o calor dos dedos de Lucien sobre sua pele?



O rapaz arqueou levemente a sobrancelha. Embora a ruivinha nunca tivesse mencionado o ex-namorado para Lucien anteriormente, ele sabia da existência do francês. Ela ainda estava comprometida com Jean Paul quando Lucien a conheceu, e, apesar do que ele sentia por ela já ter começado a florescer desde aquela época, o austríaco nada fez a respeito do namoro de Meri, primeiro por não ter ainda plena certeza de seus sentimentos, segundo em consideração à própria Meridiana.



-Acho que nunca falei dele para você... É meu ex-namorado. Formou-se em Beauxbatons no ano passado... Ele me pediu para voltarmos o namoro. - disse ela, em um atropelo de palavras para não perder a coragem (ou covardia) de dizer tantas mentiras de uma única vez. Contudo, havia uma parte de Meri que desejava que Lucien sofresse com aquilo como ela sofria por ele.



-E você? - perguntou ele tentando parecer calmo, quando na verdade sentia como se uma poção ácida e amarga estivesse corroendo suas entranhas, ante as possibilidades que a resposta dela trariam.



Meridiana desviou o rosto do olhar de Lucien, fixando suas orbes esmeraldinas na mancha em forma de meia lua que se destacava no dorso acinzentado de Bast. Queria dizer a ele que sim, que iria voltar para Jean Paul, mesmo achando que aquilo não teria significado algum para Lucien, mas fraquejou no último segundo:



-Ainda não sei...Estou confusa...Pedi um tempo para pensar...



-Entendo - respondeu o rapaz, sem conseguir discernir se o que sentia ao ouvir a resposta da ruiva era alívio ou angústia. Talvez houvesse uma esperança para ele, ainda que tênue. - Mas, por que você está me contando isso tudo?



-Bem...porque você é meu amigo... - respondeu ela, em um fio de voz...



-Então é isso que eu sou para você, Meri? Um amigo? - perguntou o lufa-lufano, deixando escapar uma leve pontada de amargura na fala, que possivelmente a grifinória teria notado não estivesse tão afogada em sua própria mágoa.



-O melhor.- falou a ruivinha numa dolorosa mistura de tristeza e sinceridade. Ela contara tantas mentiras para ele até agora, mas não conseguiria mentir-lhe sobre isso. Ele era especial para ela, mesmo a fazendo sofrer tanto.



O rapaz não fez mais nenhum comentário, apenas continuou a fitar Meridiana, com uma expressão neutra no rosto. Repentinamente uma golfada de um vento gelado chocou-se contra o rosto da menina e involuntariamente ela tremeu de frio. No mesmo instante, sem dizer uma única palavra, o rapaz tirou o casaco que usava colocando sobre os ombros dela.

Meri deixou-se aquecer pelo casaco de Lucien, e, subitamente toda a raiva que sentira desapareceu. Não podia obrigar Lucien a amá-la, nem culpa-lo por não corresponder ao que ela sentia. Sabia que não podia odiá-lo, mas, também era incapaz de aplacar a mágoa que pulsava dentro dela naquele momento. Fingir que gostava dele apenas como um amigo talvez lhe fosse custoso demais... Só o tempo poderia responder-lhe isso.



Já Lucien, por sua vez, tentava digerir o que acabara de ouvir. Se Meridiana estava confusa sobre o que ainda nutria pelo ex-namorado, não seria justo que ele despejasse sobre ela a verdadeira natureza de seus sentimentos. Se ela precisava de um tempo, ele também daria esse tempo para ela. Mesmo que aquilo também lhe fosse dolorido demais.







por Meridiana



*stollen, doce tipico da Áustria, uma espécie de pão doce recheado com frutas cristalizadas.




Para mais detalhes, leiam a fic "Hogsmeade - Muito Barulho por Nada" (06/06) clicando AQUI

**Meri e Lucien - primeiro encontro (ano 5)**

**Meri, Lucien e trestálios (ano 5)**

**A Festa dos Star - o beijo de Bianca Grovey (ano 5)**

**A Festa dos Star - Meri e Jarno (ano 5) **

**Ataque de Ludovic a Alexis von Weizzelberg (ano 6) **


**Meri, Lucien e "carta" de Jean Paul (ano 6) **

Ataque de Ludovic a Alexis von Weizzelberg (ano 6)

Alexis voltara para o continente atrás de uma pista quente sobre Igor Karkaroff. Ele fora designado pelo Ministério Inglês para lidar com o caso envolvendo o ex-diretor de Durmstrang. O chefe do departamento de aurores acreditava que o ex-comensal poderia ser uma fonte de informações valiosa, como fora no passado, na época em que Karkaroff foi preso. E o superior de Alexis estava certo em suas considerações, a pista que o auror seguia não apenas o levou a entrar em contato com Igor, como garantira que o antigo servidor de Voldemort negociasse um acordo com o ministério inglês em troca de proteção. Bastava apenas que o auror e o futuro informante se encontrassem no local combinado, para voltarem à Grã-Bretanha em um literal piscar de olhos.

Karkaroff pedira para eles se encontrarem logo após o pôr-do-sol, temendo que um horário mais adiantado pudesse trazer vantagens àqueles que o perseguiam, mas ao mesmo tempo, sentia que a luz do dia o deixaria exposto demais. Também exigira um lugar ermo e discreto, apesar das objeções do auror, que acreditava que um encontro no meio de uma multidão inibiria as ações de qualquer comensal que pudesse tentar ataca-los.

O moreno olhou para o relógio de bolso que comprara anos atrás em uma loja de curiosidades trouxas. Karkaroff estava atrasado. Alexis começou a se preocupar...
Repentinamente ele escutou um grito ecoando pelas ruas desertas daquela parte antiga da cidade.Correu, com a varinha em punho na direção de onde viera o lamento...

*********


O velho bruxo caiu novamente no chão, seus cabelos prateados, que ele vaidosamente mantinha bem aparados nos tempos de glória, em que era o diretor de uma das maiores escolas de bruxaria da Europa, estavam compridos e desgrenhados, e caiam-lhe sobre o rosto. Sua aparência era deplorável, afinal fazia quase dois anos que se transformara em um fugitivo, desde o retorno de seu antigo mestre. Escutou passos, ecoando, altos, pela rua deserta. Estava fraco demais para tentar aparatar. Ergueu-se do chão com dificuldades, tentando voltar a correr, mas suas pernas fraquejaram, e tombou novamente, caindo em uma poça elameada próxima.

-Você é realmente patético, Karkaroff.- disse o comensal, se aproximando.

-Por favor, não me mate, não me mate... Eu faço qualquer coisa que o mestre pedir.

-Você teve a sua chance, Igor, assim que o mestre retornou, mas preferiu desperdiçar. Agora é tarde demais.


-Não, por favor, não!!!!!

O comensal apontou a varinha para o velho caído.

-Crucio!

Karkaroff se contorceu em agonia, deixou sair da garganta um grito alto e estridente, reflexo do suplício a que estava sendo submetido. O comensal, por sua vez, ria, prazeroso, pelo sofrimento que infligia ao ex-companheiro de horda das trevas.
O suor escorria, frio, pelo rosto de Karkaroff. Em um sussurro ofegante, o ex-diretor de Durmstrang implorou:

-Me mata logo, por favor, me mata... Eu não vou agüentar...

-Mudamos de idéia bem rápido, não? - o comensal abaixou-se até o rosto coberto pela máscara branca ficar próximo do de sua vítima. -Mas não vai ser assim tão fácil. Você deu azar do mestre ter escolhido a mim para o serviço. Qualquer outro poderia pensar em ser clemente com você, menos eu...

Karkaroff fitou o comensal. Apenas os olhos verdes podiam ser vistos por trás da máscara. Um brilho insano emanava das orbes do servo de Voldemort. O velho bruxo reconheceu de imediato seu torturador...Conhecia a fama dele de assassino implacável. Estava perdido.
O comensal sorriu por debaixo da máscara. Tirou das veste uma adaga ricamente ornamentada, feita de chifre de árpeu, artefato pessoal do qual se orgulhava demasiadamente. Cravou com gosto, a ponta afiada do atame no ventre de Karkaroff. O velho gemeu baixinho.

-O mestre pediu um tratamento especial para você, meu caro Igor. Parece que vamos nos divertir bastante por aqui.

O comensal de olhos verdes se preparou para desferir um novo golpe de adaga no velho caído a seus pés, quando sentiu um feitiço raspar-lhe na altura da orelha. Karkaroff balbuciava palavras sem sentido no chão, já alheio ao que ocorria. Tomado pela dor, ele instintivamente segurava o ventre banhado de sangue.

-Parece que hoje é seu dia de sorte, Igor. - o comensal apontou a varinha para a fronte de Karkaroff conjurando - Avada Kedrava!

Levantou-se. Com um feitiço arremessou o corpo sem vida do orgulhoso ex-diretor de Durmstrang em uma vala adiante, virando-se, em seguida, para a fonte do ataque. Reconheceu o atacante de imediato e sentiu-se ligeiramente surpreso em vê-lo ali, em plena Europa continental. Pelo que sabia, o auror deveria estar na Inglaterra. Ele o vira rapidamente na festa dos Star. E fora o pirralho dele que impedira Jarno de trazer-lhe, finalmente, a sobrinha.
Era a primeira vez que de digladiavam, mas as habilidades de Alexis von Weizzelberg eram conhecidas pelo comensal. Lembrava-se de Frida, anos atrás, antes de ela ter se tornado uma traidora desprezível, ter mencionado o austríaco como uma das maiores dores de cabeça dos servos do Lorde das Trevas que atuavam no continente durante a primeira guerra. Ludovic estava feliz. Teria uma bela diversão naquela noite. Talvez não maior que torturar Karkaroff, mas enfrentar um auror sempre era um prazer.

*********


Ao ver o comensal debruçado sobre o ex-diretor de Durmstrang, Alexis teve certeza que chegara tarde demais para fazer qualquer coisa pelo velho. Mas, poderia tentar levar consigo o comensal. Lançou um feitiço estuporante, que acabou passando de raspão dada a distância que o comensal se encontrava dele. Tentou se aproximar para atingir novamente o servo de Voldemort, que acabara de voltar sua atenção para o auror.

Uma saraivada de feitiços cruzou pelo espaço apertado do beco estreito que separava o auror e o comensal. Por duas vezes Alexis quase conseguiu seu intento de prender o servidor de Voldemort que o enfrentava. A dificuldade de se mover prejudicava a ambos naquela batalha. Alexis sentiu que precisava tomar uma atitude drástica para capturar seu inimigo, foi aproximando-se lentamente do comensal por entre os escombros que se espalhavam pelo beco, porém, tarde demais o austríaco percebeu que seu movimento trouxera na verdade uma vantagem para o outro bruxo.
Uma fina luz saiu da ponta da varinha de Ludovic. Alexis arregalou os olhos reconhecendo o feitiço: Laminus. Mesmo que a maldição, que imita a estocada de uma espada, não lhe atingisse nenhum órgão vital, o estrago seria grande. Tentou mergulhar para atrás da caçamba, mas o feitiço acertou o austríaco na altura do ombro, fazendo com que ele caísse pesadamente no chão da ruela, o sangue já escorrendo abundante, pela ferida...

Ludovic sorriu triunfante, por trás da máscara. Novamente saíra vitorioso. Aparatou. Só não ficou ali para pegar seus merecidos espólios porque, ainda tinha muitas pessoas a visitar nos próximos dias. Não poderia perder tempo com aquele auror... E uma visita muito especial o aguardava no fim de sua missão. Quanto mais rápido terminasse seu serviço, mas rápido poderia ter a tão ansiosa e importante reunião com uma aliada de grande interesse para o mestre. Alguém que poderia facilitar, e, muito, o domínio de Voldemort sobre toda a Europa Oriental. Ludovic mal poderia esperara para retornar, mais uma vez, à Rússia.

A Festa dos Star - Meri e Jarno (ano 5)

A Festa dos Star- Parte 13
Um Olhar na Escuridão


A conversa entre Meridiana e Bianca foi difícil, mas necessária. Meri sentia que a amiga estava fazendo um papel ridículo, muito pouco condizente com aquela menina doce e simpática que Meri aprendera a gostar desde que entrou em Hogwarts. E, também havia algo naquela história toda que incomodava profundamente Meridiana, embora ela não conseguisse descobrir o que era.
Meri estava de cabeça quente depois daquilo tudo e sentiu que precisava espairecer, não estava em condições de voltar imediatamente para a festa.
Aproveitou, então, para explorar um pouco a fascinante mansão dos Star. Caminhar sempre a acalmava.
O Covil era um lugar que, na opinião de Meri, era ao mesmo tempo belo e tenebroso. Suas decorações sombrias eram realmente intrigantes.
Andando pelos corredores semi-iluminados da casa, Meridiana tentava imaginar como deveriam ter sido as antigas senhoras daquele palacete em tempos passados. Seus pensamentos foram interrompidos pelo vislumbre de uma cena suspeita.
No fim de um corredor, duas pessoas conversavam. Uma delas Meri reconheceu imediatamente, era o Conde Jarno Massimo di Camposanto, namorado de Madeleine Sinn, um jovem tão belo, elegante e sedutor quanto a namorada. A outra pessoa estava coberta da cabeça aos pés por um manto negro que lembrava os trajes de um comensal. Eram os trajes de um comensal.

Aqui está o frasco, disse o encapuzado.

Meri ficou paralisada ao ouvir a voz daquele estranho. Era ele! Ela tinha certeza! Como ela poderia esquecer a voz cavernosa que ecoara dentro de sua mente quando fora atacada em Hogsmeade? Aquele comensal era seu tio Ludovic!

O signore é certo de que non esiste perigo de eu ser descoberto? Se ele começar a passar mal no mezzo della fiesta vai causar um alarde desnecessário, disse o italiano.

Não se preocupe. Este veneno é especial. Eu mesmo preparei. Não tem odor nem gosto e só começa a agir depois de 24 horas de ingestão. Ele nunca saberá como ou quando foi envenenado..

Meridiana estava horrorizada. Eles planejavam matar alguém! Mas quem? Isso ela não sabia, a única certeza que tinha era a de que precisava sair dali e avisar o Sr. Star que havia comensais em sua festa.
Mal Meri intencionou partir, Ludovic olhou em sua direção. Os olhos de tio e sobrinha se cruzaram momentaneamente. Meridiana não conseguiu ver o rosto de seu tio, pois a penumbra cobria parcialmente seu rosto. A garota percebeu a urgência de sua retirada e começou a correr pelos corredores do Covil.
Faltava pouco para alcançar o corredor principal da mansão que levava ao Salão de Festas, quando Meri ouviu um sonoro crac. O namorado de Madeleine Sinn aparatara bem à sua frente.
Apontando a varinha para a menina, o rapaz foi se aproximando lentamente de Meri. Seu andar lembrava o de um felino, suave e gracioso, porém extremamente ameaçador.
Meridiana se sentiu completamente indefesa. Não trouxera sua varinha para a festa. Como ela poderia imaginar que estaria correndo perigo dentro da casa da amiga?

Então, ragazza, o que você ouviu?, falou o comensal. Sua voz era suave, aveludada e envolvente.

Meridiana sentiu um pouco desnorteada ao ouvi-lo. Os olhos castanhos do Conde a fitavam atentamente. Ela sentia que não podia desviar seus olhos dos do rapaz, nem que podia sair do lugar. Era como se estivesse hipnotizada pelo charme daquele exótico comensal que se postava diante dela.

Na-nada, gaguejou Meri.

O namorado de Sinn se aproximou ainda mais de Meridiana e sussurou-lhe ao ouvido, com uma voz ainda mais afável que a anterior.

Niente? Você acha que me engana, mia bella signorina? Eu sei quem tu sei. É a sobrinha do Sr. Black-Thorne, e de acordo com ele, una giovane strega talentosa e inteligente. Você não me engana.

Meridiana sentia que precisava resistir aos encantos daquele rapaz. A vida de alguém estava em perigo mortal!

Me deixe ir embora!, disse ela tentando passar pelo namorado de Sinn e abrir caminho até um lugar seguro.

Percebendo que a sua voz macia e envolvente e seu olhar irresistível não eram mais recursos viáveis para controlar a sobrinha de seu tutor, o jovem comensal decidiu que era hora de recorrer a um recurso mais vulgar de persuasão, um que ele detestava utilizar: a violência. Assim, Camposanto agarrou brutalmente o braço de Meri e a empurrou contra a parede próxima.
Meridiana, agora mais ciente de si mesma e livre dos sortilégios do rapaz, não se intimidou:

Se você sabe tanto sobre mim e sobre o que sei, por que pergunta? Faz logo o que quer fazer. Você sabe que se eu puder vou tentar impedir vocês

O italiano sorriu malignamente para Meri.

Davvero, o Sr. Black-Thorne é certo. Você será uma excelente aquisição para as tropas do Lord das Trevas. Si, ragazza, vou fazer o que tenho que fazer. Vou aproveitar questa opportunitá d’oro que nos deu e leva-la diretamente para seu tio. Ludovic ficará troppo contento.

Antes que o rapaz pudesse dizer ou fazer algo mais, ouviram-se passos ecoando no corredor.

Caspita, alguém vem chegando. Bem, se não posso leva-la con me, também não posso permitir que parle a todos sobre a conversa entre suo zio ed io. Obliviate!

Meri fechou os olhos diante do clarão do feitiço. Quando os abriu novamente, se sentia confusa. Lembrava-se de estar na festa de Kat, até mesmo da confusão causada por Bianca, mas como fora parar naquele corredor com o namorado de Maddie Sinn diante dela?

Algum problema?, perguntou alguém.

Meridiana virou-se para onde vinha a voz e viu que era Lucien que se aproximara.

Ma Che, claro que não. Só estava conversando amigavelmente con la signorina Johnson, respondeu cinicamente o jovem comensal. E tu sei?

Lucien von Weizzelberg

Capisco, o filho do auror Alexis. Bem, scusatemi, ma devo retornar para a festa. Já me ausentei demais e la mia bellissima Maddie deve estar preocupada.

Depois que o Conde di Camposaqnto se afastou, Lucien voltou-se para Meri.

Srta. Meridiana, você está bem? Ele te machucou?

Meri ainda estava confusa devido aos efeitos do Obliviate.

Acho que estou bem, Lucien. Estou um pouco tonta, só isso.

Mas seu braço está vermelho, como se alguém o tivesse apertado muito forte.

Bem, acho que foi só isso que aconteceu. Certamente você chegou antes de ele fazer qualquer outra coisa.

Tudo bem. Vamos, vamos voltar para a festa. Eu te acompanho. Não é seguro andar sozinha pelos corredores desta casa em uma noite como esta, disse Lucien.

Meri assentiu com a cabeça. E, seguindo Lucien de volta ao salão de baile, ela não tinha mais a mínima idéia do perigo que acabara de correr. Nem do perigo que um dos convidados ainda estava correndo

Escrito por Meridiana.Agradecimentos a Raven pelas palavras em italiano

Para ler a versão completa da festa dos Star:AQUI e AQUI

Para lembrar ou conhecer o Conde Jarno clique AQUI.

Quem é o Conde Jarno Camposanto?

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Conde Jarno Massimo di Camposanto,27 anos, é último representante de uma nobre família bruxa italiana cujo nome e título remontam ao alvorecer do século XIII. Seu rosto, de queixo quadrado e firme , emoldurado por longos cabelos castanho-escuros lisos e brilhantes; os olhos, também castanhos, grandes, amendoados,aliado a seu sorriso sedutor, faz dele um bruxo de grande destaque e repleto de personalidade. Tudo nele era aristocrático, superior. Contudo, não se deixe enganar por sua bela aparência e seus modos finos; é tudo em Camposanto uma armadilha, pois o conde é um bruxo extremamente poderoso e perigoso. Família de bruxos das trevas, os Camposanto sempre tiveram ligações com líderes bruxos desse segmento desde muito tempo, sendo assim, Jarno foi criado para ser comensal desde a tenra idade. Prefere usar do seu charme magnético e natural para envolver sua vítima e obriga-la a fazer o que deseja, ao invés de recorrer à violência. È aliado pessoal de Ludovic Black-Thorne, e possuí um interesse especial e mal explicado pela jovem Selune Priout.

A Festa dos Star - o beijo de Bianca Grovey (ano 5)

A Festa dos Star – Parte 9
Perdas e Danos


Biba andava para lá e para cá pela festa. Passava entre as pessoas, e fugia dos pais de Andrew, que podiam possivelmente, a procurar. Ia até a mesa central, e pegava um copo de suco de uva com abóbora, bebia um gole, e voltava a andar, com o copo na mão. Por fim, sempre largava o copo em algum lugar que não lembrava, e era obrigada a pegar outro.
No geral, a festa estava legal, tinham pessoas interessantes, pessoas desprezíveis e pessoas conhecidas. Biba estava feliz pela amiga, mais feliz do que acreditaria poder estar, apesar do fator: Andrew Stuart. Bastava ficar longe dele, dos pais dele, e dos amiguinhos dele, que a festa estava perfeita.
Em uma de suas circuladas pela festa, Biba deu de cara com Maddie Sinn, o que a fez ficar bastante irritada. Maddie sabia como a irritar, na verdade, todos sabiam, bastava falar de Andrew. O problema com Maddie é que ela fora namorada de Andrew antes de Biba, então, ela tirava um proveito disso para azucrinar a vida da Biba.
Saiu batido, antes que fizesse alguma besteira e avistou os amigos numa conversa animada. Na roda estavam Herman, Raven, Luke e Sat conversando sobre histórias em quadrinhos trouxas. Pouco depois, Meri chegou sorridente, puxando um simpático rapaz pela mão. Era Lucien, o garoto da lufa-lufa de quem a amiga tanto lhe falara. Lucien se juntou ao grupo, enquanto Meridiana e Herman saíram para procurar Selune.
Mas, eis que, de repente, um grupo de pessoas veio se aproximando: Maddie Sinn, Mirela Finigan e Andrew Stuart, pessoas detestáveis para Biba, todos os três do sétimo ano da Sonserina.
Não chegaram a se juntar ao grupo formado por Biba e seus amigos, mas se colocaram estrategicamente próximos. Herman e Meri voltaram, sem Selune. Provavelmente a francesinha estava colocando em dia todos os assuntos com a mãe e a avó paterna. Afinal, fazia um bom tempo que Sel não as via, devia ser bom poder matar saudades. Por breves segundos, Biba desejou que pelo menos seu irmão estivesse ali. Mas tinha preferido vir sozinha. Arrependeu-se.
Bianca tentou entrar na conversa sobre os quadrinhos, mas Andrew não tirava os olhos dela, e ela dele. Algo a impedia de prestar atenção por completo na conversa, e nesses segundos ela sentiu alguns cutucões de Satanio, provavelmente, que sorria bastante. Andrew lhe lançava olhares de profundo desprezo, e ela não respondia de outra forma. Estavam ambos se ofendendo apenas com olhares, parecendo duas crianças bobas.
Aquilo estava ficando patético e até Biba sentiu isso, quando decidiu se virar e finalmente, participar da divertida conversa sobre quadrinhos quando algo aconteceu. Andrew pegou Maddie pela mão, sorriu para ela, e a abraçou forte, pelo que Biba pôde perceber. Ele poderia ter abraçado até a Rainha da Inglaterra, mas foi Maddie, o que resultou a Biba uma forte dor, vinda do coração. Ele sorria, e Maddie fazia cara de satisfação. O abraço demorado nunca acabava, e a dor que Biba sentia só aumentava.
Queria chorar, precisava chorar, mas teve uma idéia melhor. Tinha que dar o troco no sonserino metido, e tinha que ser um troco à altura, ou talvez maior. Esperou firme até que o abraço acabasse, trocando de lugar com Meridiana, que se encontrava ao lado de Lucien.
Assim que Andrew largou Maddie, ele olhou para Biba com cara de satisfação, com um sorriso que ia de orelha à orelha em seu rosto. Biba retribuiu o olhar, de um jeito maldoso e cínico, erguendo somente a sobrancelha direita, e em seguida, teve um impulso, do qual ela se arrependeria por muito tempo.
Sem pensar, ela se jogou nos braços de Lucien e o beijou. Segurava o rosto do lufa-lufa para que ele não a largasse antes do beijo terminar. Por dentro, seu coração chorava de tristeza, e ria em sinal de vingança. Alguns segundos depois ela soltou Lucien e se virou, a fim de olhar a cara de bobo que Andrew ficara, mas em vez dele, ela viu um rosto amigo, que tinha uma expressão de grande tristeza e desapontamento: Meri.
Sentiu uma pontada no coração, e logo em seguida viu Andrew, com o queixo caído. Não se pode dizer que a festa parou por conta disso, mas pelo todos os que estavam próximos pararam o que estavam fazendo para observar a cena.
Sat e Herman pareciam chocados, tal como Luke e Raven. Kat vinha andando rápido, com Darien nos calcanhares, pois tinha visto a cena de onde estava. Maddie e Mirela sorriam divertidas, e até faziam menção de aplaudir. Lucien estava sem ação, feito uma estátua, assim como Meri, que até parecia tremer.
Biba se sentiu a pessoa mais horrível do mundo, e desatou a correr, em direção do banheiro do Covil. Olhos completamente cheios de lágrimas, e maquiagem borrada. Estava correndo tanto, que tropeçava nos saltos.
Chegou ao banheiro, e se encostou na parede, escorregando aos poucos, soluçando de tanto chorar. Agora sim, a festa havia terminado para ela e de uma maneira trágica. Sentia raiva de ser tão impulsiva, sentia raiva por ter ido a festa, sentia raiva por chorar, sentia raiva de Andrew, sentia raiva de si própria. A noite, para ela, estava acabada.

Escrito por Bianca.

Para ler a versão completa da festa dos Star:AQUI e AQUI

Para lembrar ou conhecer Bianca Grovey e Katarina Star: AQUI, na seção "Antigos Alunos".

Meri, Lucien e trestálios (ano 5)

Salão Principal. Fora do horário das refeições, alguns alunos serviam-se das mesas do lugar para fazerem os últimos deveres dados pelos professores.
Na ponta da mesa da lufa-lufa, Lucien von Weizzelberg encontrava-se sentado, rodeado por alguns livros. Passara parte da tarde desenhando, e decidira que agora precisava dedicar-se um pouco aos estudos. Era um cara bastante calmo, mas até mesmo ele começava a se sentir afetado pela paranóia envolvendo as NOMs que tomara conta de todos os quintanistas. Olhou por algum tempo para sua última ilustração. Afastou o caderno de desenho e voltou-se novamente para as anotações que fizera nas aulas de transfigurações. Começava a embalar no ritmo do estudo quando foi suavemente interrompido por uma voz conhecida.

Está faltando um S nesse feitiço que você anotou. É mutatis e não mutati

Olhou para cima e viu uma ruiva de brilhantes olhos verdes fitando-o seriamente.

Senhorita Meridiana, tudo bem com você?, perguntou, simpático.

Na verdade, mais ou menos. Será que posso me sentar?

Claro. Qual o problema?

Estou preocupada com Lady Bast., disse a grifinória mostrando a gatinha cinzenta que trazia nos braços. Você reparou que ultimamente ela anda um pouco tristonha e quieta? Pensei em leva-la para o Hagrid examinar, mas, como você é co-proprietário dela, queria sua opinião primeiro.

Deixe-me ver., disse ele, tomando a gata para si. Apalpou a barriga da bichana, olhou em seus olhos, abriu-lhe a boca. Devolvendo Bast para Meridiana, disse: Acho que já sei o que é. A senhorita não precisa se preocupar.Lady Bast está perfeitamente bem. Ela está assim um pouco chatinha porque está trocando os dentes. Daqui uns dias ela vai voltar a ser a sapeca de sempre.

Ah, eu não acredito que me preocupei tanto por tão pouco. Esqueci completamente que gatos também trocavam a dentição. Embaraçada, desviou seu olhar do de Lucien. Seus olhos acabaram por pousar inadvertidamente no caderno de desenhos do rapaz, que se encontrava aberto próximo dos livros. A gravura que estava ali era ao mesmo tempo estranha e atraente. Parecia uma espécie de cavalo, contudo lembrava ao mesmo tempo um réptil. Tinha um couro escuro, colado em um esqueleto bastante visível. A cabeça se assemelhava a de um dragão, e os olhos eram brancos e sem pupilas. Da junção das espáduas saíam duas asas negras que lembravam as de um morcego.

Isso é... impressionante!, exclamou Meri ao ver o desenho. Bastante sombrio, é verdade, mas fascinante. Adoro esse estilo mais gótico de ilustração. Você adoraria as capas de Sandman feitas pelo Dave McKean. Vou pedir o Herman emprestado para te mostrar!

Lucien parecia completamente espantado ante todo aquele entusiasmo de Meridiana. Quanto mais convivia com a menina, mais deslumbrado ficava. Ela era como um caleidoscópio, que a cada olhada revelava uma nova e bela faceta.

Foi você quem criou esse designer inusitado?

Não, na verdade eu desenhei por observação mesmo. É um tressálio. Por que contou isso a ela? Teria sido melhor mentir, concordar com a pergunta que ela lhe fizera. Mas, sem saber o motivo, sentia que Meridiana merecia a verdade, sentia-se incapaz de mentir-lhe.
Meri, por sua vez, emudeceu completamente ao ouvir a resposta do rapaz. Conforme aprendera nas aulas de Trato de Criaturas Mágicas, ela sabia que apenas pessoas que viram alguém morrer podiam enxergar tais animais. Em consideração ao amigo, preferiu não perguntar nada, apenas contentou-se em comentar:

Bem, eu não sabia que eles eram tão interessantes. E seu desenho está mesmo fenomenal.

Muito obrigado, senhorita Meridiana., respondeu Lucien, duplamente agradecido: pelo elogio ao seu trabalho e pela discrição da garota.

Não há de quê., mudando de assunto, emendou.Lucien, eu...queria te pedir um favor...Bem, só se você não se incomodar, é claro.

Pode pedir.

É que, sabe, nós nos conhecemos já faz um tempinho...Já passamos por tantas coisas juntos, até temos uma gata em comum. Eu te considero um bom amigo e exatamente por isso acho que poderíamos deixar as formalidades de lado. Queria te pedir para me chamar de Meri. Meus amigos me chamam assim.

Você não se importaria? Não acharia falta de respeito ou atrevimento?

Claro que não! Muito pelo contrário.

Então, já que é importante para você, prometo tentar...Meri.

Vou indo então. Afinal, você precisa estudar.

Não precisa ir embora. Você poderia me ajudar, não? Acho que têm uns erros nas anotações; ás vezes me embaraço um pouco com o inglês.

Claro, disse ela, sentando-se novamente ao lado do rapaz, colocando a gatinha no chão.
Lucien olhou para o caderno e depois, com o canto do olho, para a ruiva, que já explicava as anotações eloqüentemente. Não conseguiu conter o sorriso. Meridiana era uma garota especial.

Meri e Lucien - primeiro encontro (ano 5)

Bast! Lady Bast! Cadê você, minha princesa?, chamava Meri.

Hoje, quando chegou na ala da Grifinória depois das aulas, não encontrou a pequena gatinha que encontrara poucos dias atrás.
Meridiana ficou bastante preocupada, afinal, a pequena Lady Bast, nome provisório que a menina dera à pequena felina enquanto não encontrava seu verdadeiro dono ou dona, tinha o hábito de se meter em encrencas.

A primeira coisa que Meri fez foi correr em direção da orla da Floresta Proibida, o lugar preferido da bichana e onde a garota a encontrara pela primeira vez.
Inclinada, Meridiana tentava olhar debaixo de alguns arbustos, para ver se encontrava a pequena Bast. Foi quando ouviu uma voz a suas costas.

Precisa de ajuda?

Meridiana olhou para trás e viu quem a chamara. Era o misterioso garoto da Lufa-lufa que encontrara alguns dias atrás. Aquele que tinha um olho azul e outro verde, e que Meri, numa incomum falta de educação, esquecera de perguntar o nome na ocasião.
Meri se levantou rapidamente.

Er... oi... estou procurando uma gatinha cinza, filhote ainda. Com orelhas grandes, olhos violetas e uma mancha em forma de lua nas costas.

Ah, a gatinha misteriosa! O Luke andou perguntando para todos na Lufa-lufa se alguém perdeu uma gata assim.

É essa mesmo!

Eu não a vi por agora, mas posso te ajudar a procurar, se você quiser...

Meri e o garoto da Lufa-lufa buscaram Bast por todos os cantos. De repente, o rapaz gritou:

Senhorita Meridiana, venha aqui. Achei a gatinha.

Meri correu para o local onde o garoto a chamou. Quando chegou, viu Bast rolando sapecamente em um canteiro de flores.

Bast, sua maluca!, disse Meri, pegando a gatinha no colo e passando carinhosamente os dedos por trás das grandes orelhas da felina. Me deixou toda preocupada e está aqui brincando.

Bem, já que te ajudei, é melhor eu ir., disse o rapaz.

Não, espera aí. Primeiro, em deixa agradecer. Se não fosse você eu não teria encontrado a Bast. Segundo, qual é o seu nome? Fui muito grosseira da outra vez que nos encontramos e não perguntei.

Lucien. Me chamo Lucien.

Muito prazer, Lucien, e obrigada., disse Meri, sorrindo. E, bem, eu também estou voltando para o castelo, se não se importar, vou com você.

A princípio, um silêncio constrangedor recaiu sobre os dois enquanto caminhavam, afinal, mal se conheciam e não sabiam sobre o que falar. Foi então que Lucien iniciou timidamente uma conversa.

Muito bonito o nome da gatinha. De onde você tirou?

Bast é o nome da deusa egípcia dos gatos. Eles eram animais sagrados no Antigo Egito. Achei que era um nome perfeito para uma gata tão incomum. Acho até que ela é metade amasso.

Encontrou o dono ou a dona dela?

Não. Pedi a todo mundo que eu conheço em todas as casas para ver se alguém perdeu uma gatinha assim. Ninguém! Até perguntei à Madame Rosmerta e ao Willie Caolho, o dono do sebo, e também ninguém em Hogsmeade perdeu uma gatinha assim ou tem algum bichano parecido que poderia ser o pai ou a mãe dela. Quer dizer, você sabe que os animais de estimação dos alunos são magicamente inibidos de se procriar, a não ser que o diretor autorize. Mas na vila, quem sabe? Ainda assim, nada mesmo!

Muito estranho tudo isso, senhorita Meridiana.


Pois é, eu até ficaria com ela. Bast é tão linda e dengosa, mas já tenho minha coruja, a Athena...

Situação complicada. A sua gatinha me lembra muito a minha velha Dinah. Era uma mistura de amasso e gata também. Eu herdei ela de minha mãe. Mas a pobre Dinah morreu no ano passado.

Que pena, Lucien. Meri olhou ternamente para o garoto, que parecia realmente emocionado ao falar de seu falecido bichinho. O que acabou dando uma idéia para a menina. Você quer ficar com a Bast?

O garoto parecia bastante surpreso com a proposta.

Sério? Mas você gosta tanto dela. Olha, não é justo. Eu aceito ficar com a Bast, mas só se ela for de nós dois. Quer dizer, ela é a sua gatinha, mas para não dar encrenca por causa da regra de um bicho por aluno, eu falo que ela é minha e cuido dela de vez em quando para você.

Nossa Lucien, eu não sei o que dizer. Nós nem nos conhecemos direito. Você faria mesmo isso por mim?

Ora, senhorita Meridiana. Por que não? Você parece ser uma pessoa muito gentil. Pelo menos o Lucas sempre te elogia. Não me custa nada.

Obrigada novamente

Eu preciso mesmo ir para a ala da Lufa-lufa. Com sua licença., disse Lucien, se inclinando em uma pequena reverência e partindo logo em seguida.

Meridiana, feliz, abraçava sua gatinha, agora também de Lucien. Estava verdadeiramente tocada com a gentileza daquele misterioso rapaz