Ataque de Ludovic a Alexis von Weizzelberg (ano 6)

Alexis voltara para o continente atrás de uma pista quente sobre Igor Karkaroff. Ele fora designado pelo Ministério Inglês para lidar com o caso envolvendo o ex-diretor de Durmstrang. O chefe do departamento de aurores acreditava que o ex-comensal poderia ser uma fonte de informações valiosa, como fora no passado, na época em que Karkaroff foi preso. E o superior de Alexis estava certo em suas considerações, a pista que o auror seguia não apenas o levou a entrar em contato com Igor, como garantira que o antigo servidor de Voldemort negociasse um acordo com o ministério inglês em troca de proteção. Bastava apenas que o auror e o futuro informante se encontrassem no local combinado, para voltarem à Grã-Bretanha em um literal piscar de olhos.

Karkaroff pedira para eles se encontrarem logo após o pôr-do-sol, temendo que um horário mais adiantado pudesse trazer vantagens àqueles que o perseguiam, mas ao mesmo tempo, sentia que a luz do dia o deixaria exposto demais. Também exigira um lugar ermo e discreto, apesar das objeções do auror, que acreditava que um encontro no meio de uma multidão inibiria as ações de qualquer comensal que pudesse tentar ataca-los.

O moreno olhou para o relógio de bolso que comprara anos atrás em uma loja de curiosidades trouxas. Karkaroff estava atrasado. Alexis começou a se preocupar...
Repentinamente ele escutou um grito ecoando pelas ruas desertas daquela parte antiga da cidade.Correu, com a varinha em punho na direção de onde viera o lamento...

*********


O velho bruxo caiu novamente no chão, seus cabelos prateados, que ele vaidosamente mantinha bem aparados nos tempos de glória, em que era o diretor de uma das maiores escolas de bruxaria da Europa, estavam compridos e desgrenhados, e caiam-lhe sobre o rosto. Sua aparência era deplorável, afinal fazia quase dois anos que se transformara em um fugitivo, desde o retorno de seu antigo mestre. Escutou passos, ecoando, altos, pela rua deserta. Estava fraco demais para tentar aparatar. Ergueu-se do chão com dificuldades, tentando voltar a correr, mas suas pernas fraquejaram, e tombou novamente, caindo em uma poça elameada próxima.

-Você é realmente patético, Karkaroff.- disse o comensal, se aproximando.

-Por favor, não me mate, não me mate... Eu faço qualquer coisa que o mestre pedir.

-Você teve a sua chance, Igor, assim que o mestre retornou, mas preferiu desperdiçar. Agora é tarde demais.


-Não, por favor, não!!!!!

O comensal apontou a varinha para o velho caído.

-Crucio!

Karkaroff se contorceu em agonia, deixou sair da garganta um grito alto e estridente, reflexo do suplício a que estava sendo submetido. O comensal, por sua vez, ria, prazeroso, pelo sofrimento que infligia ao ex-companheiro de horda das trevas.
O suor escorria, frio, pelo rosto de Karkaroff. Em um sussurro ofegante, o ex-diretor de Durmstrang implorou:

-Me mata logo, por favor, me mata... Eu não vou agüentar...

-Mudamos de idéia bem rápido, não? - o comensal abaixou-se até o rosto coberto pela máscara branca ficar próximo do de sua vítima. -Mas não vai ser assim tão fácil. Você deu azar do mestre ter escolhido a mim para o serviço. Qualquer outro poderia pensar em ser clemente com você, menos eu...

Karkaroff fitou o comensal. Apenas os olhos verdes podiam ser vistos por trás da máscara. Um brilho insano emanava das orbes do servo de Voldemort. O velho bruxo reconheceu de imediato seu torturador...Conhecia a fama dele de assassino implacável. Estava perdido.
O comensal sorriu por debaixo da máscara. Tirou das veste uma adaga ricamente ornamentada, feita de chifre de árpeu, artefato pessoal do qual se orgulhava demasiadamente. Cravou com gosto, a ponta afiada do atame no ventre de Karkaroff. O velho gemeu baixinho.

-O mestre pediu um tratamento especial para você, meu caro Igor. Parece que vamos nos divertir bastante por aqui.

O comensal de olhos verdes se preparou para desferir um novo golpe de adaga no velho caído a seus pés, quando sentiu um feitiço raspar-lhe na altura da orelha. Karkaroff balbuciava palavras sem sentido no chão, já alheio ao que ocorria. Tomado pela dor, ele instintivamente segurava o ventre banhado de sangue.

-Parece que hoje é seu dia de sorte, Igor. - o comensal apontou a varinha para a fronte de Karkaroff conjurando - Avada Kedrava!

Levantou-se. Com um feitiço arremessou o corpo sem vida do orgulhoso ex-diretor de Durmstrang em uma vala adiante, virando-se, em seguida, para a fonte do ataque. Reconheceu o atacante de imediato e sentiu-se ligeiramente surpreso em vê-lo ali, em plena Europa continental. Pelo que sabia, o auror deveria estar na Inglaterra. Ele o vira rapidamente na festa dos Star. E fora o pirralho dele que impedira Jarno de trazer-lhe, finalmente, a sobrinha.
Era a primeira vez que de digladiavam, mas as habilidades de Alexis von Weizzelberg eram conhecidas pelo comensal. Lembrava-se de Frida, anos atrás, antes de ela ter se tornado uma traidora desprezível, ter mencionado o austríaco como uma das maiores dores de cabeça dos servos do Lorde das Trevas que atuavam no continente durante a primeira guerra. Ludovic estava feliz. Teria uma bela diversão naquela noite. Talvez não maior que torturar Karkaroff, mas enfrentar um auror sempre era um prazer.

*********


Ao ver o comensal debruçado sobre o ex-diretor de Durmstrang, Alexis teve certeza que chegara tarde demais para fazer qualquer coisa pelo velho. Mas, poderia tentar levar consigo o comensal. Lançou um feitiço estuporante, que acabou passando de raspão dada a distância que o comensal se encontrava dele. Tentou se aproximar para atingir novamente o servo de Voldemort, que acabara de voltar sua atenção para o auror.

Uma saraivada de feitiços cruzou pelo espaço apertado do beco estreito que separava o auror e o comensal. Por duas vezes Alexis quase conseguiu seu intento de prender o servidor de Voldemort que o enfrentava. A dificuldade de se mover prejudicava a ambos naquela batalha. Alexis sentiu que precisava tomar uma atitude drástica para capturar seu inimigo, foi aproximando-se lentamente do comensal por entre os escombros que se espalhavam pelo beco, porém, tarde demais o austríaco percebeu que seu movimento trouxera na verdade uma vantagem para o outro bruxo.
Uma fina luz saiu da ponta da varinha de Ludovic. Alexis arregalou os olhos reconhecendo o feitiço: Laminus. Mesmo que a maldição, que imita a estocada de uma espada, não lhe atingisse nenhum órgão vital, o estrago seria grande. Tentou mergulhar para atrás da caçamba, mas o feitiço acertou o austríaco na altura do ombro, fazendo com que ele caísse pesadamente no chão da ruela, o sangue já escorrendo abundante, pela ferida...

Ludovic sorriu triunfante, por trás da máscara. Novamente saíra vitorioso. Aparatou. Só não ficou ali para pegar seus merecidos espólios porque, ainda tinha muitas pessoas a visitar nos próximos dias. Não poderia perder tempo com aquele auror... E uma visita muito especial o aguardava no fim de sua missão. Quanto mais rápido terminasse seu serviço, mas rápido poderia ter a tão ansiosa e importante reunião com uma aliada de grande interesse para o mestre. Alguém que poderia facilitar, e, muito, o domínio de Voldemort sobre toda a Europa Oriental. Ludovic mal poderia esperara para retornar, mais uma vez, à Rússia.

Post a Comment

<< Home